quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Qual é a vossa sujeito Broken $?



beijando lesmas vociferando velocidades ou cidades comendo borboletas suicidar sonhos plantando desertos e semeando solidões...muitas vezes assassinado sonhos embriões muitas vezes eu vejo
que esse é o destino
destinho do mundo...bolores dos mundos, dolores desmundos,
insensatos, insanos, enganos
ciganos roteadores
de males vidraceiros

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O dia em que eu ví John Lennon!

senti uma presença e ví: era John Lennon dos Beatles

Quando chegava o domingo quase nunca saíamos de casa pela tarde. E depois de morarmos pelo menos três séculos em uma mesma casa, numa mesma rua e vendo os mesmos vizinhos ainda temos muito que ver e o que aprender sobre o que passa na nossa lacônica vizinhança. Sobre todos que passam do nosso lado todos trombudos e meio bobos sem nos conhecer direito.
  Havia um vizinho que morava há alguma distância de nossa casa. Alguém. E todos aos domingos escutávamos uma música que vinha de sua casa. Era daquelas músicas antigas que não toca nas rádios. Aqueles artistas desconhecidos de outras décadas que o tempo se encarregou de apagar a lembrança dos mais esquecidos. E todos os domingos a música soava de leve, que não incomodava os mais incômodos, soava com o vento quente das tardes...
  Até que aconteceu naquelas vezes que então fui impelido para fazer algo fora de casa. Então deu-me uma vontade de me encontrar com o nosso vizinho. Mas por acaso, sem fazer nenhuma questão de conhece-lo, somente para passar diante da casa e saber quem ele é. Abri o portão e segui por onde as pernas me levavam na vizinhança e aos redores de minha casa em direção do nosso antigo vizinho. Foi como um momento de vigilância aos arredores da casa. Mesmo que o vizinho não portasse o perigo, mas por pura curiosidade.
   Quando eu parei de frente a casa senti uma presença e eu me virei, olhei: era Lennon, John Lennon! O susto foi enorme e quem não teria? Estar de lado daquele astro rastro da música. Deu-me medo e quem não teria? Olhei assustado e quem não olharia? Pois todos disseram que ele estava morto, e eu acreditei! Há séculos que eu acreditei, há milênios! Foi estranhíssimo.
  Falo em milênios embora sejam alguns anos. Mesmo que seja um simples boato, acreditei como alguma verdade dita há milênios.
    Para falar a verdade eu queria que ele estivesse morto! Lennon você morreu, não existe, você é uma mentira! Eu preferiria a verdade a mentira: ele é uma mentira! Eu não posso conceber que alguém que todos acreditam que esteja morto, no entanto, está vivo. Será que não param de inventar mentiras? Será que terá alguém mais vivo enquanto todos pensam que... Eu não acredito nisso! Afinal que me garante que ele realmente existiu?
   Lennon, você existe?
   E fiquei pensando enquanto se passaram alguns minutos ele olhou para mim e deu uma risada. Ora ainda gente que está morto ainda ri? Lennon não, preferiria outros...Ele parecia tão real era mais real que eu, pois eu o sentia mais que a mim. Deu-me uma vontade enorme de gritar: eu vi Lennon a 17 de ... no ano de... em ..., mas se eu contasse para os outros ninguém acreditaria. E as leis? Se eu fosse na delegacia dar parte? Acredito que a lei serviria para esses fins...é bem verdade. Mas era domingo as ruas estavam desertas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sobral - reminiscências familiares



Certo dia conheci um grande genealogista e ao perguntar sobre o meu sobrenome, me trouxe uma lista enorme de pessoas, datas, antepassados, parentes ilustres, outros desconhecidos, dos primeiros que colonizaram o sertão... como um grande rio onde milhares de pessoas já se passaram. Mas sem se tocar do que estava falando, era de muita vida e também de morte, gerações inteiras, milhares que se casaram entre sí, descenderam e se tornaram descendentes e não existem mais. Foi um mal de morrer. "Era uma tal de morte" que esse grande homem falava. Ele estava costurando gerações, nomes, datas, origens, sestros que se passavam de gerações para entender "essa tal de vida"e como um enigma sobre a minha própria origem eu procurava para trás... para ver o futuro...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Tal qual as gotículas d'agua flutuam sobremaneira nas folhas das plantas, eu costumo também florar, flotar, flotar vendo. Quando muito evaporar, sendo poroso, passageiro, plantado que nem uma gota de chuva. As superfícies ficam, enquanto eu vou me embora, embora...

Só poderemos reconhecer o sentido com algum recuo, quando desprendidos de nossa ação, estaremos menos tomados por nossa paixão de agir. Na verdade, caímos na armadilha da realidade e de suas repetições, sobre as quais se articula nossa razão lógica que esconde o Real, que surge imprevisível.
Françoise Dolto

meia boca



O Inconsciente não deixa senão traços