sábado, 18 de dezembro de 2010

significantes de vida

Ultimamente as coisas vivem
Mudando de sentido
Nuvens, infância, felicidade
Futuros, amor...
Por outros tantos que nunca pensei
Elas vivem mudando de sentido
Como galopes de corcéis
Como os pulos de amarelinha
1,2,3,4,5...8...10... céu
São tantas coisas
Antigas coisas que compreendia
Hoje são vozes, vozes, ecos...
Que são reutilizadas para falarem outras coisas
Vida, morte, nuvens, juventude
São agora outras coisas
E  as minhas frases cada vez mais despudoradas
Interpoladas, interpuladas
Sem pudor para falar dessas coisas
Vão deslizando, escoando, descolando de outros
Decolando para outros significantes, escorando
Descorando
Porque estou sempre de mudanças
Com mudança na cabeça
Atrapaiado
Não sou bicentenário
Para viver a longevidade do tempo
Mas se a vida me incita a percorrer os caminhos da terra
Que dirá dos significantes que se marcam?
E vou falando por aqui para nunca terminar
Um mísero ponto final no final de tudo, se diz tudo?
Há ponto final, de exclamação, de interrogação, de interjeição
Mas a gramática cega nunca escutou em falar
De ponto de iniciação...
Quando coloco um ponto final é que começam outras coisas...

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