sábado, 18 de dezembro de 2010

valor sem ser real





Eu que sou poeta
Não escrevo coisas bonitas
Pois me fogem as regras da gramática
E também palavras bonitas
E alinhavadas
Os antigos poetas escreveram
E os filósofos escreveram tudo
O que se poderia dizer
E por sinal, fiquei por último
Para falar do que esqueceram
Do mundo esquecido
E por sinal, não há sinal
Eu que andei por caminhos ignotos
Tenho em meus bolsos moedas sem valor
Minha poesia é des-vaziada
O dinheiro dos homens
Passaram dos réis a cruzeiros
De cruzados ao real
Então, o meu dinheiro já não compra
O que eles compram
Pois é um valor sem ser real.

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