sábado, 9 de abril de 2011

Ser: Tão Veredas


Sertão,
Às vezes eu te vejo tão solitário
Entre o Brasil e o Atlântico
Sabe deus quantas almas
Perderam o seu nome em tuas
Terras cristalinas.
Vejo-te tão perto de mim
E ao mesmo tempo longe
Longe de ver tuas secas
Seus horrores
Pois nasci em teu chão
Fui formado de areia e vento
Bebo a água toldada pela tua terra
Em meus pés há raízes
Sabe lá onde param
Nasci na beira da água
Do chamado acaraú
Filho das famílias pioneiras
Que primeiro colonizaram o sertão
Ainda há em meus olhos
O mesmo espanto
Dos meus antigos pais
Ao ver o sertão tão imenso
Eu te vejo solitário.
Que dirá de ti?
Ora, que dirá de ti?
Entre pedras brutas e sem brilho
Solitário de elogios
Fazendas perdidas e abandonadas
No distrito sem nome
Mais escondido do Brasil
Sertão ausente de estradas
Medievo, espantado
Sertão sem nome bonito, ermo
Sem estrangeiro
Excluído e hostil
Vejo os teus matagais no horizonte
Parecem lanças de guerreiros
Postos para a guerra
Que guerra...!
Ao qual foi negado a água
A criação cristalina de Deus
Mas ora vejo espantado
De tudo que há em ti....

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